Fechamento de agências, demissões em massa e desrespeito à população motivam pedido de audiência pública com MP, Procon e Prefeitura

A situação da agência do Itaú em Três Rios atingiu um nível insustentável. Nesta semana, mais dois funcionários foram desligados, agravando ainda mais o quadro já crítico. Em pleno 3º dia útil do mês — período de maior movimento devido ao pagamento de aposentadorias e pensões do INSS — apenas cinco funcionários estão sendo obrigados a atender toda a população da região.
Este colapso não é um episódio isolado. Em 2023, a agência 9318 foi encerrada na cidade. Em junho deste ano, a unidade 6118, em Sapucaia, também teve suas portas fechadas. Todos os clientes dessas agências foram direcionados para a unidade 0299, em Três Rios. Mesmo com o aumento da demanda, não houve reforço no quadro de funcionários — pelo contrário, o número foi reduzido.
A situação se torna ainda mais absurda quando se considera que a folha de pagamento da Prefeitura Municipal também é processada pelo Itaú, o que gera um volume expressivo de movimentações na agência. Além disso, muitos clientes são idosos ou pessoas com deficiência, que enfrentam longas filas e atendimento demorado, expondo-se a desconforto e riscos desnecessários.
O Sindicato dos Bancários de Três Rios e Região já procurou a Câmara Municipal, manifestando indignação com o desrespeito do banco à população e aos seus trabalhadores. Foi solicitado o agendamento de uma audiência pública com a presença do Ministério Público, Procon e Fiscalização da Prefeitura, para que a situação seja denunciada formalmente e medidas urgentes sejam cobradas.
"Estamos lidando com um banco que lucra bilhões, mas continua fechando agências, demitindo funcionários e, ainda por cima, cobrando metas inatingíveis de quem permanece. Isso é desumano e inaceitável", afirma Nilton Esperança, presidente do Sindicato.
O Sindicato também pede o apoio da mídia, das autoridades e, principalmente, da população local — em especial aposentados, pensionistas e pessoas com deficiência, que são os mais afetados. É preciso lembrar que banco é concessão pública e tem obrigações legais e sociais, que não estão sendo cumpridas.
A estimativa é de que, para atender adequadamente à demanda da região, a agência precisaria operar com pelo menos 20 funcionários. Trabalhar com apenas cinco é não apenas um erro de gestão, mas um descaso completo com a dignidade da população.